'Salvar a mulher ... (com) ... 44.000 euros' é a solução certamente científica do COP.
Esta solução parece estranha porque ela pretende tudo dizer e afinal nada diz.
Este tipo de afirmações é comum no desporto português.
O tecido produtivo do desporto vai-se tornando mais fino e soçobra na primeira oportunidade cada vez que este tipo de afirmações é dito e exercido em termos de política desportiva.
As quebras de financiamento do desporto não são correctas face ao potencial do sector e face ao produto desportivo, humano e social gerado.
É possível que Vanessa Fernandes aceite os 44 mil euros como aceitou regimes de treino que lhe inviabilizaram uma carreira sustentada. Num caso e no outro estará a ser espoliada porque no desporto as instituições que deveriam defender e potenciar o produto e o rendimento dos atletas não o fazem no limite do possível maximizando o rendimento obtido.
Economicamente as transacções do desporto prejudicam os atletas e as instituições produtoras.
Por outro lado, os próprios agentes individuais, como o Benfica por exemplo, impedem que instrumentos que maximizam o produto do futebol na Europa desenvolvida, sejam aplicados em Portugal pela Liga de Clubes.
Outros líderes aceitam a perda do seu poder de monopólio e pelas suas decisões enfraquecem a capacidade de produção das respectivas modalidades.
Albertina Dias e Teresa Machado ainda devem estar à espera que o COP as venham salvar como mães de família, atletas, mães e afinal o pós-carreira é um fraco substituto de uma carreira frágil em domínios vários como a formação escolar e profissional.
Não se trata de meter ninguém na cadeia por incapacidade mas era bom para o desporto que as coisas passassem a ser feitas com maior racionalidade e eficiência económica.
Economicamente o valor produzido pelos agentes desportivos, individuais e colectivos, está sub-avaliado e a remuneração estabelecida pela lei externaliza benefícios para fora do desporto, beneficiando terceiros, podendo remunerar as lideranças com montantes que as deixam satisfeitas mas que impedem o desporto de sair do último lugar europeu.
São as lacunas do direito aplicado ao desporto, como instrumento preferencial de governação, que impedem a maximização do benefício do desporto e a externalização dos frágeis benefícios gerados.
O modelo económico subjacente à estrutura do direito do desporto nacional e das suas leis de bases e seus desenvolvimentos é um modelo ineficiente que prejudica a população portuguesa e as instituições do desporto.
No actual momento de crise nacional o silêncio do desporto na opinião pública vai impedir a formação de consensos visando o desenvolvimento do desporto num processo em que o sector estará em regressão nacional e internacionalmente.
É fácil demonstrá-lo mas vou ficar por aqui.
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