Nas últimas entrevistas a um ano dos Jogos Olímpicos Vicente Moura repetiu várias afirmações que já tinha feito anteriormente:
- foi empurrado para sair
- ficou porque quis
- os atletas devem prestar muita atenção com o que dizem
- não fala de medalhas
- acordou com o Secretário de Estado do Desporto, à altura, não falar de medalhas
- assinou um contrato-programa com o Estado apenas para o projecto olímpico ate 2012
- para receber cerca de 14 milhões de euros
- não definindo objectivos concretos mas propositadamente vagos
- os pagamentos estão a ser realizados atempadamente
- chegou ao fim e vai dar lugar a outros líderes mais jovens
- Vicente Moura está cansado porque repete as mesmas ideias há alguns meses a esta parte e já não esconde sequer que não olha para o futuro
- Já em 2008 Vicente Moura não tinha um projecto de futuro que não fosse o prolongamento da sua estadia no COP, para contradizer 'todos os que o empurravam'
A imagem exterior deste feito foram as vitórias dos grandes atletas portugueses em Jogos Olímpicos, foi a sede e todo o imobiliário construído e adquirido pelas federações e os momentos de euforia desportiva nacional que se cruzaram com o Euro 2004.
Outros dirigentes desportivos também tiveram percursos semelhantes e tenho por eles igual respeito variando claro está por motivos que não importa aqui acrescentar.
Não me custa reconhecer o mérito de pessoas que tenho criticado claramente ou de tantos outros com quem me cruzo nos blogues de forma mais forte.
Isto é para dizer que o respeito pela pessoa e pelo trabalho demonstrado existem e existe o sentido da crítica feita sobre o que vai acontecendo e que esta última parte é decisiva para conseguir distinguir o que faço daqueles que o não conseguem ou não querem fazer.
Segundo - todos contentes com Alexandre Mestre
Só a frontalidade perante os acontecimentos é que permite passar ao nível seguinte dada a gravidade do que se passa no desporto português.
O COP terá um presidente novo dentro de 12 a 18 meses.
O Governo que está em funções há mais de um mês irá trabalhar com as federações parcelarmente em mais de 25% do seu mandato, o que significa que terá de manter o diálogo fragmentado até ao fim.
Dado que o presidente do COP não fala do futuro, que não seja não falar de medalhas em 2012, o Governo não vai ter um interlocutor que represente o sistema desportivo.
Vai reunir com o Futebol e o Atletismo e todas as outras federações, uma à vez.
Certamente que todas vão ficar contentes com a nomeação de Alexandre Mestre mesmo que não tenham ideias para apresentar publicamente sobre o futuro do desporto português e das suas modalidades.
Terceiro - há um futuro?
Vamos supor que o óptimo de governance da política desportiva é ter um interlocutor único para a estratégia do desporto nacional.
Há duas formas de preencher o tempo até ter um líder do desporto português:
- trabalhar para conseguir os pagamentos atempados acordados para o COP fintando a austeridade
- trabalhar para o futuro com a austeridade
Perder mais um ano num momento de crise profunda e múltipla, incluindo a austeridade, só para pessoas que já estão noutra.
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