Diz o Público que “Uma verba de 45 mil euros vai ser colocada à disposição de Vanessa Fernandes, para financiar a sua recuperação desportiva.”
A frase é vaga como demonstra o jornal depois, porque refere: “Esta verba engloba os montantes de apoio que estavam previstos na sua totalidade para o corrente ano no que respeita à bolsa da atleta e do seu treinador (para os Jogos Olímpicos de Londres 2012) e igualmente ‘os apoios previstos no quadro competitivo da Federação Portuguesa de Triatlo’, adianta o COP, num comunicado publicado no seu site.”
Ou seja, dada a dimensão mediática da atleta o COP parece nada fazer e depois de saber da baixa da atleta garante-lhe e à federação que planeou mal a actividade todo o dinheiro anterior sem uma reformulação pública da política.
Que dirão Albertina Dias e Teresa Machado, elas que foram até ao fim do arco-íris e verificaram que não havia nenhum pote de ouro.
O fracasso da actuação da federação e do COP observa-se nos problemas de saúde que impedem a atleta de se dedicar à modalidade visando um resultado olímpico específico e que tanto a federação como o COP não explicaram ao país com transparência que tenham feito todo o possível equivalente ao que outros países fazem e face às necessidades específicas da Vanessa Fernandes de todos os portugueses.
A transparência das explicações é devida por se tratarem de dinheiros públicos.
Não estando a atleta na melhor forma e havendo Jogos Olímpicos para o ano e o país em crise profunda, os dinheiros assegurados são para que objectivos? Estes dinheiros poderão ser aplicados noutros atletas e noutras modalidades com maior potencial no actual momento ou não e porque razão?
O problema de momento não são os fracassos porque os desafios aparecem em projectos de elevado risco como os olímpicos e o que interessa é a forma como são resolvidos e, neste caso, a explicação do COP é tudo menos transparente e parece menos curial atribuir o mesmo financiamento entre duas situações distintas de uma atleta que afiança estar sem forma competitiva e receber à mesma todo o dinheiro que teria se estivesse em plena forma.
O COP sabendo da situação há muito tempo não fez um inquérito à destruição do capital desportivo e humano da Vanessa Fernandes nem apresentou nenhum relatório sobre todo o processo de preparação da atleta.
Aliás o desenvolvimento da jovem aparece como uma actuação contrária à formação e desenvolvimento de uma atleta de elevadíssimo nível e que terá não só destruído muito do potencial da atleta como aplicado a outros jovens estes fugiram da modalidade face aos métodos excessivos aplicados a todos.
O COP não se responsabiliza pelo que se passou com a Vanessa Fernandes e predispõe-se a usar fundos públicos para cavalgar mediaticamente o infortúnio da atleta atribuindo-lhe esses fundos como se ela estivesse na plenitude da sua forma em 2011 para ser medalhada em 2012, em Londres.
A esta destruição da juventude portuguesa através do desporto a Assembleia da República não olha e não vê, não inquere, não audita, não estrutura boas leis e instituições modernas e competitivas.
A Assembleia da República só pode estar distraída e desconhecer o significado do desporto moderno para a projecção global e para o futuro de Portugal.
E isso já acontece há algum tempo porque continuamos a estar na cauda da Europa e a AR não o vê.
Sem comentários:
Enviar um comentário