domingo, 27 de fevereiro de 2011

Leitura desportiva do Expresso 2000

3 questões:

1 - A palavra dos empresários sobre a crise do Estado:
1i - Ricardo Salgado: É preciso que todos poupem, a começar pelo Estado;
1ii - Alexandre Santos quererá que o Governo não atrapalhe;

2 - Os resultados do futebol e do alto rendimento:
2i - No caderno principal o futebol como principal matéria de desporto;
2ii - Na revista 2000 fala das nossas mega-estrelas do futebol Ronaldo, Figo e Mourinho, das estrelas de outras modalidades e apresenta os recordes nacionais e a distância destes para os mundiais.

3 - No caderno de Economia, Manuel Enes Ferreira fala do futebol e de Angola alertando para a actividade desportiva que electrifica Portugal e Angola.

Na primeira questão a leitura desportiva da crise nacional é distinta daquela que, por exemplo, os grandes empresários possuem. O desporto gera externalidades abundantes e este resultado é obtido por agentes sem finalidade lucrativa e pelo Estado. As externalidades desportivas geradas são fundamentais para que a economia e a sociedade se desenvolvam. Há a necessidade de uma reforma do Estado no desporto e um investimento criterioso que as palavras dos empresários muitas vezes ignoram.

Na segunda questão, o futebol é o nosso primeiro produto desportivo e o resultado das outras modalidades demonstra que temos capacidades diversificadas para ir tão longe como todos os atletas de outros países.

Na terceira questão, o futebol surge como o elo que liga Portugal e o mundo.

O desporto deve olhar para pequenos nichos que constituem oportunidades de afirmação e que deveriam integrar um programa do desporto nacional. Esses nichos são: o desemprego, os jovens, as mulheres e os idosos, a Lusofonia incluindo o maior número de modalidades para aémdo futebol, a produção pública de desporto, o mar, a viabilização do associativismo desportivo.

Lembremo-nos que nos anos 90 se pensava que a entrada em bolsa dos maiores clubes portugueses ia ser a salvação económica do futebol. Actualmente pensa-se que os ginásios são capazes de substituir os clubes como se pensa que os empresários de jogadores têm uma actuação superior ao sindicato de jogadores.

Estas visões economicistas geram mais-valias inferiores e a única coisa que se conseguiu no caso das SADs foi vender o património social dos clubes populares a agentes privados. O Barcelona não o fez e manteve-se como uma sociedade sem finalidade lucrativa de sucesso global o que as SAD's nacionais não conseguem fazer.

Há a necessidade de um esforço de cozer o interior do tecido desportivo e também de o cozer e projectar no seio da economia e da sociedade.

Obrigado ao Expresso pela atenção que presta ao desporto português.

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